Quando falamos de autoestima, entende-se que se trata do valor que uma pessoa dá a si mesma. O radical “auto” indica uma independência, já que é a própria pessoa que se dá esse valor, assim como plantas são autótrofas e produzem o seu próprio alimento.
Em outras palavras, a autoestima se refere à maneira que uma pessoa se percebe e atribui valor a si mesma, sendo fundamental para o bem-estar emocional e a saúde mental.
No entanto, apesar dessa conotação de ser algo independente, a autoestima nem sempre é uma questão apenas de olharmos a nós mesmos com bons olhos.
Diversos fatores com os quais convivemos no dia-a-dia podem acabar afetando nossa autoestima, levando a sentimentos desagradáveis e até mesmo contribuindo para o surgimento de transtornos mentais.
Algumas questões que impactam a autoestima são bastante intuitivas. É o caso de situações pontuais como mau desempenho acadêmico, perder um emprego, questões financeiras, separações, entre outras.
Contudo, existem também outros fatores crônicos que podem estar ajudando a manter a autoestima de uma pessoa lá embaixo, e nem sempre isso é perceptível, fazendo a pessoa se questionar porquê ela não consegue se valorizar apesar de todos os seus esforços.
Isso ocorre, por exemplo, quando nos permitimos cultivar relações não saudáveis, quando nos esforçamos para nos encaixar em lugares nos quais não cabemos (um relacionamento ruim, um emprego insuficiente, uma família disfuncional), quando consumimos muito conteúdo que idealiza algum tipo de relação, corpo, imagem e estilo de vida que não temos, entre outros.
São inúmeras as maneiras que o nosso meio pode influenciar a forma como nos vemos, comparando aquilo que somos (ou achamos ser) com o que gostaríamos ou deveríamos (ou achamos que gostaríamos e deveríamos) ser.
O ponto aqui não é dizer que a autoestima pode ser prejudicada por outras questões e, portanto, não podemos fazer nada para mudar isso.
Pelo contrário: a ideia é justamente entender que nosso ambiente também molda nossa autoestima e, por conta disso, temos o dever de buscar ambientes melhores para nos expressarmos.
Nem toda planta floresce em qualquer solo. Nem toda pessoa prospera em qualquer lugar.
Felizmente, como pessoas, temos a capacidade de influenciar, modificar e adaptar também o lugar no qual estamos, para que nossas necessidades sejam atendidas e possamos nos tornar as melhores versões de nós mesmos.
Portanto, da próxima vez que você ler uma frase sobre como autoestima é algo que vem de dentro, pergunte-se:
O que há fora de mim que alimenta minhas inseguranças?